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6º B e 6º D participam na atividade "MATEMÁTICA NATALÍCIA"


As turmas 6º B e 6º D participaram na atividade MATEMÁTICA NATALÍCIA .

Ouviram um conto da Sra Professora Marta Oliveira Santos, exploraram uma imagem com figuras geométricas e alusivas à Matemática.

Posteriormente, através de cálculos matemáticos descodificaram uma mensagem de Natal e pintaram um desenho que simboliza um presépio em vitral.

Aqui fica o conto que só no final, ficamos a saber o título:

"As férias escolares começaram e os garotos deram início a outra atividade. Agora andam atarefados com a quadra natalícia. É assim todos os anos. Os pais trabalham, têm os seus horários, não tendo tempo para se ocuparem das decorações natalícias em casa. Então, cabe aos filhos essa tarefa. Eles procuram árvores, pinhas, bonecos que servirão de enfeite, musgo… É preciso pôr a casa bonita, bem decorada porque o Menino Jesus vai nascer. O Natal está a chegar…

A casa do Luís não foge à regra. O pai sai de manhãzinha cedo para ir trabalhar e a mãe sai logo depois. Enquanto o pai só trabalha na fábrica, a mãe tem às suas costas o trabalho, as compras para o dia a dia, as lides domésticas e ainda ir à escola do Luís sempre que quer ter informações atualizadas sobre o filhote. Ainda bem que é bom aluno! As férias de Natal do Luís começaram. Ele fez um horário de estudo porque tem uns quantos TPC’s para fazer e ainda tem de pensar na decoração da casa. Cabe-lhe a ele essa tarefa. A mãe nem que queira não tem tempo para mais.

Logo na segunda feira, depois de fazer os trabalhos da escola, foi à garagem buscar a caixa onde se guardam alguns objetos do Natal passado. Estendeu tudo em cima da mesa da sala para fazer uma seleção porque ele não gosta de decorar a casa sempre da mesma maneira. Quando a empregada pôde, foi com ela até junto dos Paços do Concelho onde estão à venda árvores naturais cujo lucro reverte para uma instituição que dá abrigo a crianças em risco. Ele bem tinha uma árvore artificial em casa, mas, depois de ler no jornal esta hipótese de ter uma, natural que lança no ar aquele cheirinho bom a pinheiro, preferiu abrir o seu mealheiro e fazer uma surpresa à família. Sim, é que este ano a consoada é em sua casa!

Assim, durante a semana toda, ele não teve um minuto de sossego. Anda atarefado desde que se levanta: é boneco de neve aqui, boneco ali, estrelinhas prateadas nas janelas, outras pendem do candeeiro da sala sobre a mesa, há velas vermelhas espalhadas pela casa, um pouco de farinha a polvilhar os verdes, fingindo neve. Tudo pensado e feito por ele desde que o período de férias de Natal começou. A casa está bonita, decorada de acordo com a época. Os pais deram-lhe os parabéns por tão grande trabalho.

Hoje, véspera de Natal, a casa está linda! A mãe do Luís não foi trabalhar porque teve tolerância de ponto, mas ainda não saiu da cozinha desde que se levantou. A empregada não veio hoje porque também tem visitas em casa e a mãe do Luís é muito compreensiva por isso dispensou-a ficando sobrecarregada de trabalho. O garoto anda pela casa inventando coisas para fazer, deitando o olho à televisão de vez em quando ou sentando-se no sofá da sala a ler o livro que o professor de português recomendou: “Vejam se não se esquecem das leituras, durante as férias… façam uma ficha de leitura sobre o livro que lerem. Há um livro muito interessante da Sophia de Mello Breyner, “A Noite de Natal” que podem ler. Até existe na biblioteca da escola por isso podem requisitá-lo para ler em casa.”

O Luís, que gosta muito de ler, comprou o livro. Estava, então, sentado com o livro nas mãos quando, repentinamente, exclama, com uma lágrima atrevida que teimou em saltar daqueles olhitos cor de azeitona:

- Oh mãe! Ainda falta o Presépio! Esqueci-me completamente. E é o mais importante. O Presépio representa o nascimento de Jesus. Já estão ali, debaixo da árvore alguns presentes e Presépio nenhum! Com franqueza, ninguém me chamou a atenção! O que hei de fazer, se a família está quase a chegar?

- Deixa lá, meu filho! Não chores, não fiques triste. Trabalhaste muito e decoraste tudo com afinco. Está tudo muito bonito. Todos compreenderão que não é fácil conseguir tudo sozinho, sem qualquer auxílio. Eu, nem que queira, não posso ajudar-te, bem sabes. Chego tarde a casa, depois de um dia de trabalho, cansada; as compras para fazer, as lides domésticas e depois tratar da ceia… Estive todo o dia enfiada na cozinha a tratar da consoada, a preparar o bacalhau, a descascar batatas para tanta gente, a arranjar os legumes… Só há pouco acabei de fazer as rabanadas e ainda me falta o leite-creme e a aletria.

O menino, muito triste, foi para o seu quarto e a mãe voltou para junto das panelas num relâmpago. Cerca das dezanove horas começou a chegar a família. Simpaticamente, ofereciam ajuda ao mesmo tempo que iam dizendo que fora de suas casas tinham dificuldade em prestar auxílio, pois não sabiam os lugares de nada. A mãe agradecia e dizia que tudo estava guiado, que o Luís tinha ajudado muito e encaminhava-os até à sala de jantar para se sentarem e colocarem os presentes junto da árvore como era hábito. O Pedro baixou-se para também colocar o seu presente no monte que já lá estava e, ao levantar-se, exclamou:

- Ah! Que interessante! Já repararam!?

- Gosta, tio? - perguntou o Luís satisfeito e um pouco amedrontado.

Todos olharam o pedaço de cartolina esverdeada, em forma de triângulo que se encontrava sobre o musgo, na base do pinheirinho, encostada ao seu tronco e se interrogaram entre si com uma troca de olhares. O menino, muito contente, explicou:

- É o Presépio! O 1 representa o S. José apoiado no bordão, o 2 é Maria com o seu manto, o 8 representa o Menino Jesus todo embrulhado em paninhos, atrás a vaquinha à direita, com a forma de um trapézio e o burrito, à esquerda, com o focinho triangular. Que tal? Foi a única maneira que arranjei de fazer um Presépio a tempo.

- Foi uma ótima ideia! Estás de parabéns – disse Pedro com entusiasmo. O Natal é matemático, acontece todos os anos, sempre na mesma data e tu deste-me uma brilhante ideia para uma das próximas aulas que tenho de preparar. Vou dar-lhe um título sugestivo: “Um Natal matemático”.


Professora Paula Cristina Silveira e turmas 6ºB e 6ºD



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