
Na passada terça-feira, dia 30 de janeiro de 2024, os alunos das turmas do 9º ano realizaram uma visita de estudo ao Porto, com o intuito de assistir a uma peça de teatro sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, e visitar o Museu Soares dos Reis.
Os estudantes, distribuídos pelos autocarros, foram chegando ao Teatro Sá da Bandeira, onde todos esperaram até entrarem. No Teatro Sá da Bandeira, a sala mais antiga com atividade contínua é também conhecida pela sua beleza e o seu interior surpreendeu os alunos que nele entravam, desde as paredes e as máscaras, com as diferentes expressões, até aos camarotes e à sua dimensão. Por turmas, sentaram-se e esperaram o início do teatro, posto em cena pelo grupo Teatro Actus, numa adaptação do Auto da Barca do Inferno.
Foi magistral!
As personagens foram apresentadas com trajes atuais, de forma a diminuir o distanciamento provocado pelo linguajar vicentino e a facilitar a identificação com o espectador. Os adereços de cada personagem eram parte de jogos cénicos que visavam proporcionar uma melhor compreensão do sentido do texto. O exagero nas dimensões de alguns adereços, a deturpação da função que lhes foi atribuída, tudo serviu para elucidar as intenções do autor e sublinhar as suas críticas sociais. O Parvo vestiu uma roupa demasiado grande, quase uma camisa de forças; o Onzeneiro carregou um bolsão gigante e a corda do Enforcado era do tamanho do palco. Para concluir, eles explicaram a atualidade e a importância do Auto de Gil Vicente. “O tempo, no teatro, foge ao seu sentido arqueológico”. O tempo que Gil Vicente pôs em marcha com o Auto da Barca do Inferno não pertenceu apenas ao século XVI, mas atravessa todas as épocas. Acredita-se que aqueles dois juízes, aqueles “pescadores de almas”, o Anjo e o Diabo, estarão à espera para apontar defeitos e virtudes, erros e boas ações.
Os alunos, após a atuação, ficaram a compreender muito melhor o Auto, anteriormente já estudado na aula de português.
Após a saída do teatro, os alunos dirigiram-se até aos jardins do Palácio de Cristal, para almoçar e conviver um pouco. Alguns aproveitaram o tempo para ir para o parque e outros para ver a exposição que existia na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, entre outras coisas.
De seguida, deslocaram-se para o Museu Soares dos Reis onde os alunos ficaram a conhecer o espaço e um percurso de quase 200 anos através da história do museu. A exposição de longa duração permitiu, assim, uma visão global do Museu Soares dos Reis em duas narrativas complementares: a primeira refletiu a sua história e a forma como as coleções foram sendo integradas e a segunda valorizou os artistas e as suas obras. Foi um convite à apreciação das obras icónicas de sempre e uma oportunidade de vislumbrar novas descobertas num espaço único que é de todos e para todos.
Por fim, os alunos voltaram para o Palácio de Cristal para lanchar.
Foi um dia de novas experiências e também de aprendizagem.
Um lugar é essencial para o conhecimento, um lugar é especial para o lazer, permite a descoberta, o questionamento, é um lugar para as pessoas…
Deixando uma frase do lema do Museu, “Um museu de pessoas, por pessoas para pessoas”!
Leonor Silva 9ºA
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