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Em nome da Liberdade



Na tarde de 19 de abril de 2024, as alunas Leonor Silva do 9ºA e Matilde Pereira do 9ºB colaboraram com a equipa da Biblioteca @brirlivros, no âmbito da atividade “Toda a Escola a Ler”, com a leitura do “Romance do 25 de Abril” de João Pedro Mésseder com a ilustração de Alex Gozblau, a propósito das Comemorações dos 50 anos do 25 de abril.

Pretende-se que 2024 seja um ano de festa e de evocação, mas também de aprendizagem, de reflexão e de ação. A seleção de atividades teve exatamente esse objetivo: aprender, refletir e concretizar ações.

Foram sugeridas atividades artísticas, como a construção de cravos em origami, ou a formação de um acróstico ilustrado, com a palavra LIBERDADE, ou a realização de um cravo com palavras relacionadas com democracia. As alunas levaram também para a sala de aula o famoso Lápis Azul, símbolo da censura e da época da ditadura portuguesa do século XX. Foi solicitada a escrita das opiniões sobre a atividade dinamizada, com elogios e/ou críticas por parte dos estudantes e docentes que sofreram a ação da censura, com a rasura do lápis azul! A falta da liberdade de expressão e “o medo de falar, mil ouvidos que ouviam, mil olhos que tudo viam (…)” (João Pedro Mésseder) do tempo da ditadura conduziu a uma das atividades intitulada “telefone estragado”. Esta atividade consistiu em dizer a um dos alunos o slogan da biblioteca, que foi transmitido de pessoa a pessoa, até ao último dos alunos. No final, a professora dizia o slogan e confrontava a turma com a mensagem verdadeira. Com a falta de informação ou com a censura aplicada à informação divulgada junto da população, a circulação da informação ficava comprometida ao passar de “boca em boca”, podendo não corresponder à verdade.

Um outro tema polémico desta época, foi o direito ao voto nas eleições (por exemplo, as mulheres estavam impedidas de votar) e os resultados eleitorais adulterados antes do 25 de abril, a favor do regime de ditadura.

Através de diálogo e representações, os alunos reviveram a impossibilidade de ver os seus votos contados de forma correta. Leonor representava a figura de Salazar, enquanto a Matilde representava a oposição, durante a simulação de uma eleição. Refletiram sobre o papel da polícia política, PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado) e DGS (Direção Geral de Segurança) no controle, vigilância, repressão, prisão e tortura de todos aqueles que se opunham ao Estado Novo.

Antes de sair da sala de aula, as alunas deixaram para ler durante a semana de 22 a 26 de abril livros alusivos a esta efeméride. Um dos livros foi “Vinte e Cinco a Sete Vozes” de Alice Vieira e “O Menino que se Apaixonou por uma Guitarra - Carlos Paredes” de José Jorge Letria.

As alunas, Leonor e Matilde, gostaram muito de dinamizar esta atividade, tendo sido uma experiência nova e enriquecedora. Espera-se que tenha sido inspiradora para os alunos da escola, para que no próximo ano sejam eles a dinamizar atividades deste género. Os trabalhos encontram-se expostos na Biblioteca Escolar @brirlivros.

Fica agora a questão que as alunas levantaram nas salas de aula, para aqueles que não tiveram a oportunidade de receber a atividade nas suas turmas: «Por que são livres as aves, nuvens que cruzam o céu, peixes que cortam as águas, e outros tantos que não eu?» João Pedro Mésseder.


Leonor Silva 9ºA

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